quinta-feira, 15 de novembro de 2012

no silêncio a solidão


Tentando encontrar entre diversas músicas alguma que eu realmente queria escutar, procurando entre álbuns, lembrei–me de uma. Peguei meu celular a chave de casa e sai, o que queria escutar era o silêncio.
Quando comecei a andar só consegui ouvir o vento, passando por mim, sussurrando em meus ouvidos. Não havia mais poesia em minha cabeça, havia talvez apenas uma sensação, apenas uma solidão. Sentindo-me só olho para meu celular, vejo mais de cem números. Pensei em ligar para alguém, mas logo mudei de ideia.  Se já não queria ouvir música não era de se duvidar que não seria bom ouvir alguém. Senti apenas a necessidade de entender a solidão.
A solidão deixa qualquer pessoa mais forte, mais sábia e mais triste. Ela é cruel, traiçoeira, implacável e misteriosa, coloca-nos aos seus pés pelo simples fato de deixar ecoar dentre de nós o que pensamos, sentimos e queremos. É ela que vai revelar suas duvidas e medos, é ela que amplia o que você é, pois não existe alguém para interagir.
O silêncio é a arma da solidão, esta arma faz você se ouvir e surgir-lhe-á uma questão, quem é você?  Se descobrir ou ficar nela por muito tempo, verá que é a duvida mais calma para a alma. Quando se questionar por que está sozinho, verá como a mente com o silêncio e a solidão faz de ti um prisioneiro dos maus pensamentos te afundando em pressupostos muitas vezes ridículos.
Já me acostumei com a solidão e o silêncio. Hoje precisei deles e não apenas neste dia, mas vou precisar muito de dias assim. Já passei pelas provas de fogo e enfrentei as questões mais negras dentro de mim. Encontrei a resposta para uma velha pergunta e agora sigo viagem, pois lá fora o vento ainda sussurra.  

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Terapia de papel


Sei ser a última corda para aqueles que estão caindo no poço, só não sei me puxar por esta mesma corda. Talvez e apenas talvez eu não seja a corda, mas a pessoa que esta no fundo e que dá um jeito de não deixar ninguém cair.
Sinto que minha passagem por muitas vidas as ergueram em um certo momento e depois que consegui as ajudar-las elas se tornaram independentes o que me deixa feliz por eles, mas me tornei obsoleto, para um ser humano isso é cruel, ainda mais para mim. Quando se ajuda a muitos e sente que os caminhos afastam-se tanto.
Outra possibilidade que eu devo enxergar é que eu não sou uma corda, apenas uma mão que passou por aquela pessoa naquele momento e a ergueu. Assim a tirei de seu buraco e indiquei um caminho...
Acho que estou chegando a uma conclusão meu problema não é o obsoleto, mas sim o meu caminho que como já entendi será por um bom percurso sozinho. Sem ninguém e pela primeira vez isso me dá medo. O caminho solitário é mais difícil, por isso ou nos deixa mais forte ou nos mata...
Agora compreendo que a ajuda que preciso é apenas moral. Melhor colocar meus tênis, se as pessoas que já ergui já estão em caminhos agora diferentes deve haver mais pessoas que podem precisar de minha ajuda mais para frente. Esta na hora de colocar meu chapéu e seguir um abraço para quem ficar no meio do caminho triste por nada, assim como acabei de estar.
Aqueles que eu já ajudei saberão onde me encontrar e os que vou ajudar, bom estarão pelo caminho. Até mais tristeza!