Tentando
encontrar entre diversas músicas alguma que eu realmente queria escutar,
procurando entre álbuns, lembrei–me de uma. Peguei meu celular a chave de casa
e sai, o que queria escutar era o silêncio.
Quando
comecei a andar só consegui ouvir o vento, passando por mim, sussurrando em
meus ouvidos. Não havia mais poesia em minha cabeça, havia talvez apenas uma
sensação, apenas uma solidão. Sentindo-me só olho para meu celular, vejo mais
de cem números. Pensei em ligar para alguém, mas logo mudei de ideia. Se já não queria ouvir música não era de se
duvidar que não seria bom ouvir alguém. Senti apenas a necessidade de entender
a solidão.
A solidão
deixa qualquer pessoa mais forte, mais sábia e mais triste. Ela é cruel, traiçoeira,
implacável e misteriosa, coloca-nos aos seus pés pelo simples fato de deixar ecoar
dentre de nós o que pensamos, sentimos e queremos. É ela que vai revelar suas
duvidas e medos, é ela que amplia o que você é, pois não existe alguém para
interagir.
O silêncio é
a arma da solidão, esta arma faz você se ouvir e surgir-lhe-á uma questão, quem
é você? Se descobrir ou ficar nela por
muito tempo, verá que é a duvida mais calma para a alma. Quando se questionar
por que está sozinho, verá como a mente com o silêncio e a solidão faz de ti um
prisioneiro dos maus pensamentos te afundando em pressupostos muitas vezes ridículos.
Já me
acostumei com a solidão e o silêncio. Hoje precisei deles e não apenas neste
dia, mas vou precisar muito de dias assim. Já passei pelas provas de fogo e
enfrentei as questões mais negras dentro de mim. Encontrei a resposta para uma
velha pergunta e agora sigo viagem, pois lá fora o vento ainda sussurra.