sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

TEORIAS

6 § Terei eu um barco? Eu preciso contar como ele levou uma mulher para a cama. Sim esta deste capítulo. Tirei o chapéu para ele. Primeiramente um homem em sã consciência teria negado isso, mas ele falava com todas as letras. Ele não pegou mulher para levar para a cama. Mas o contrário não podia ser dito. Pois foi justamente a mulher que o levou para a cama. Como ele descobriu isso. Segundamente ele tem uma teoria, se bêbado ele consegue elaborar uma por cada sentença sua, A teoria dizia que se a mulher escolheu a roupa de baixo logo ele foi apenas o sortudo que foi feito de alvo. Ao terminar de dizer isto ele dá o último gole em sua cerveja. Eu então encho o meu cálice de vinho e o pergunto sobre uma coisa. “Por que sortudo?” A resposta é simples e me fez rir muito de tão simples. Soava algo como: “Esteja na cama com ela e me diga.” A minha sorte naquela hora era estar bebendo. Ele tinha uma certa razão, nem todos encontram uma mulher tão formidável para apenas ter um caso. Esperem aí, mas como ele levou ela para cama? Sim eu sei que se perguntaram. Eles foram convidados para uma festa em uma casa e após por problemas entre os outros convidados acabaram tendo de dividir o mesmo quarto. Quando a casa estava morta, nem barulho de sexo em outro cômodo, no quarto onde eles estavam… os dois pegaram no sono… ele em questão de minutos, pelo o que ela me contou. De manhã cedo ele foi para a cozinha limpar um pouco da bagunça. Quando se dá conta uma mulher o espiava pela porta do quarto em que dormia. Havia uma mão que gesticulava. Os dois dividem a mesma cama em que o sono tinha sido imaculado. Lá depois de algumas carícias, um calor sobe e os beijos acontecem e fim.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

MITOLÓGICA

capítulo 2
5 § Das voltas que o mundo dá, errei a esquina. Ela me olha na cama, deitada em meu braço. Enquanto eu escrevia isso não me veio a mente se olhavamos nos olhos um do outro. Depois de três dias pensando sobre (hoje é sexta a tarde) me lembro que a sua cabeça estava a altura de meu peito. Eu olhava seus longos cabelos e os acariciava. Os pequenos pés dela se aconchegavam nos meus. As mãos dela pousaram em meu peito. Ela dormiu. Eu a tapo com uma coberta fina, o calor seria um incômodo para ela. Levanto e vou beber mais uma taça de vinho. A garganta seca, pedia por mais uma taça. Volto e deito como se não houvesse saído. Mas ela me olha, isso eu sei. quando acorda, diz que sonhou. São relatos deste tipo que me causam aflição, poderia ter colocado aspas, mas preferi não. Há mentiras aí, grandes e/ou pequenas, no entanto existentes. Meus queridos leitores, assim como vocês imaginam ela nunca dormiu comigo. Aquele rosto esculpido pelos deuses, eu o queria em meu peito. Não o tenho. O que há é uma certeza, na mitologia os homens em seu começo de existência eram chamados de varrões. E as mulheres? Não haviam, precisou dos deuses quererem se virgar de um roubo. Então, de atribuições, dádivas, de cada divindade do Olimpo nasceu Pandora. O que penso disso? a mulher foi criação para castigar o homem. Não, a mulher é um ser totalmente divino, já os homens são animais que Prometeu tratou de cuidar. Gostaria de dizer que a mitologia está sempre em aberto e por isto ela é sensacional. Posso pensar que o que havia a mais nessa história e contar aquilo que imagino. Esta mulher que falo é mitológica, ela é uma divindade, não minto sobre ela apenas modifico a narrativa.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

EMBATES

Capítulo 3
1 § Não foi só ele, o mundo morreu mesmo. São poucas às vezes que tento não evitar alguns embates. Na academia eu conheci um cara, Ele não costumava participar de tudo. Depois que ele começou eu entendi o porquê disto. “Há sempre uma pergunta a ser feita para algumas pessoas… elas ouvem o que dizem? Pois tenho certeza que pensar antes de dizer não o fazem.” Essa frase, uma vez dita por ele, eu a via na face do sujeito toda vez que uma questão ou comentário imbecil era posto. Ele foi meu professor por um bom tempo e às vezes eu o tomo por referência. Temos idades tão próximas que poucas vezes nos tocamos disso. Estou velho, ao menos eu acho, ele não, ele voa, entra em discussões acaloradas apenas para alfinetar alguém. O cara é pontual, se ele perceber alguma besteira o rosto dele pinta um riso e se a boca entreabrir se mantendo por algum tempo, tema. Eu já vi um raio cair e abrir o solo com violência. Não senti tanto nervosismo com o raio do que quando vejo o clarão dos dentes daquela boca. Pensem, caros leitores, ele anuncia e seu raio é devastador. Teve momentos que presenciei um homem perder toda a sua estima perante um grupo por causa dele. Ele abriu a boca e com uma lógica seca, uma retórica afiada e uma calma tempestuosa fez elogios ao dito homem. Quando o homem se sentiu engrandecido e tomou para si cada elogio. Eu já senti o que vinha e não queria ver aquilo acontecendo. Era como ver uma cobra sufocando o animal pelo pescoço e o animal feliz pela nova gravata. Cada elogio uma armadilha mais vil que a anterior. O infeliz era tão coitado que após se ver no solo ainda agradeceu pelos elogios. Ali no solo eu o derrubei de forma mais vil. Ele não esperava isso.

sábado, 24 de dezembro de 2016

VEM EM GOTAS

2 § O dia era cínico e o meu humor não. Eu o escolhi a dedo. O meu inimigo íntimo. o único que conseguiu me derrubar. O primeiro de seu nome. Acreditem ou não ele decidiu me ler. Então depois de uma das que tanto prestigiei ter me abandonado sem ler o primeiro parágrafo (e eu escrevendo tudo aquilo para ela), ele o faz apenas para me desprezar. Então o desprezarei aqui também, mas notem eu já o lia. Tive algumas visitas dele em dias chuvosos. O desgraçado carrega uma dor, que em sua fala contagia o ambiente. parece ruim? Ele consegue ser pior. Prepara o terreno, coloca uma música, fala sobre algo belo e quando vê ele está na frente do espelho… Os dentes… Caio… Ele não ri, nem sorri, apenas me abana e se despede. O que fica de mim é chão. É detrito de um ser que se desconhece. Sento na soleira da porta e aprecio a chuva. Não nego que ele entre em minha morada, preciso dele, pois se eu não conseguir o derrubar como me derrubarei a mim mesmo? Já é segunda feira e a chuva me arranca a paz.  O inimigo que fique em segundo plano, eu já sabia desta chuva a uma semana. Um outro detalhe, tive de parar de jantar, o dinheiro começou a ficar mais escasso que o normal. Como tinha alguns animais para alimentar, como o cara de cueca que dança na sala em dias de chuva. Fiz essa opção. Algo que não contei do meu inimigo ele sofre com a possibilidade de sua morte. A cabeça dele está se degradando. Ele me contou uma de suas alucinações, entretanto ele as conta como se fossem sensacionais (e são). Dou razão a ele quando fala que será um corpo que a mente não existirá. “Eu movo o mundo por desespero de deixar um pouco de mim nele.” E ainda assim quero derrubar ele, sem pena nenhuma.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

NÃO HÁ O MOÇO

10 § A vida ainda segue, fora das linhas. O rapaz, de noite, se encontra na sala de cueca e adivinhem! Ela não virá almoçar. A realidade é cômica, cruel e criativa. Depois não me culpem por realidades que não aconteçam. Nunca esperamos uma viagem inventada, quer dizer inesperada. E eu ainda penso nela. Teria ela alguém para quem fazer aquela mágica que é apenas dela. É claro que sim, não sou tão estúpido para acreditar que aquele fenômeno raro fosse apenas meu. Saibam que ela consegue fazer algo com aquele belo rosto que resplandece divinamente. Sim, ela já nem lê mais isso. Além do mais, é pertinente informar que é incrível como são rápidos os momentos onde eles surgem e desabrocham com uma força abissal. Tenho certeza que ela olhará a outra pessoa, ou para um espelho e vai sorrir usando os olhos. Ela nunca se deu conta disso. Mas é a riqueza de detalhes (herdados de Afrodite) que ela despreza. De certo egoísmo, eu fico muito impressionado com isso. Não apenas com essas belas feições que surgem como estrelas cadentes em noite límpida. Como pode uma mulher nunca ter tido um elogio de algo que extrapola a qualquer simples elogio. Nenhum homem ou mulher a viu? A percebeu nos mínimos detalhes? Sou um privilegiado se a resposta das perguntas forem negativas. No entanto e ela! Como ousam não lhe tirar do chão. Talvez nunca a terei em meus braços. A minha leitora que não me lê! Aquela que me perguntou se não teria eu ciúmes de outro homem… Outro que não consiga lhe fazer se sentir elevada só com palavras? Claro. Sou o único que descobriu nela riquezas e as disse sem medo…  Eu desejo que alguém a faça voar muito mais alto.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

AO NORMAL

Capítulo 1
9 § Não era para ser um diário isso? Acho que o cara que jogou essas primeiras frases em todos os parágrafos tem razão! Ele é tão bom que previu que o escritor fugiria de tema, foco, sentido, razão, mulheres, dinheiro, mulheres. Como vocês notaram eu deveria voltar aonde estava. Peço desculpas pelas realidades alternativas tão calorosas. Então era quinta feira de tarde, O vinho que tinha bebido fora de casa era péssimo, só para constar. O cara nem em sua casa estava, ele tinha ido ver uma exposição. Essas fugas da rotina eram em geral solitárias. Ele volta para casa e adivinhem quem o estava esperando! O artigo para ser feito. Ele lê mais uma obra e faz tantas anotações naquilo que parece um esquema de táticas de um jogo de futebol. O almoço! Ele saiu na corrida e foi no mercado afinal sexta era o dia que mais coisas ele tinha para fazer. O mundo era algo estranho, era tudo tão normal. O Sol que esquentava a camisa preta. Aquela sensação de que por nenhum motivo no mundo podia errar ao preparar a comida no dia seguinte. Aquelas inseguranças bobas que todos criamos para, de certo modo, apenas estarmos mais alerta. O meu dia segue com os estudos em várias áreas. Análise de um caso perdido (esse cara aí descrito) e a noite chega. Esta devo destacar acabou as 2 da manhã. Sabem tudo o que leram sobre sexo antes. Bom a vida tem muito sexo, muitas vezes é a vida que te propõe o coito sem seu consentimento, às vezes é só o inferno em sua cabeça que não desliga. Ainda sinto o peso da morte, alguém precisa avisar que se deixa passar o passado. Mas quando o silêncio e a escuridão chegavam eu o ouvia. Aquilo me revirava as vísceras. Não sentia a culpa de ter-lo matado, eu queria aquilo. O que não queria era ainda carregar o cadáver.

domingo, 18 de dezembro de 2016

DOIS HOMENS

4 § Já estou eu confuso. Acho que devo falar da relação dela com outros dois homens. Assim talvez melhor entendam o que ela é. O primeiro que conheço a história é de um que foram ao cinema algumas vezes. Eu e ele bebíamos seguidamente. Admirava ela de tal forma, que após a sessão, o bar era uma necessidade para falar sobre o que se viu. Então lá estavam os dois. Pelo o que recordo das falas, geralmente era consumido um litro de cerveja pós cada filme. Ele me contou depois destas experiências que imaginava que ela queria ter alguma relação com ele. Mas vocês já devem imaginar quem era este homem, que vos apresento. Hoje mesmo sendo morada de seus vermes, ele conseguiu se arrepender de não ter dado um passo a mais. Talvez quando pensou em dar este passo, ali, exatamente ali, morreu. Ela ficou forte, não sei dizer se daí sentiu algo, mal a conhecia nesta época. O segundo homem, que é mais recente, foi até mesmo viajar com ela. Este cara é aquilo que imagino ser um bom ator. Sério se ver os dois juntos tu não imagina que ali acontecem uns três mundos, alguns orgasmos e muita intimidade. Ver-los, perto de outros, sabendo de tudo o que sei é meio estranho. Vejo detalhes bestas entre eles que me contenho para não apontar para não estragar a coisa entre eles. Para terem um exemplo destas trocas de carinhos tão breves entre os dois em público. Uma vez de carona ao se despedirem o braço dela passou pelo braço dele com uma suavidade e com um carinho que de ver eu fingi que não vi. Ele é um cara de beber uma taça de vinho, beber chás e ler muitos livros. Ela é tão firme e tão genial que parece um mágico, coloca o carinho como se fosse uma carta ou moeda em seu assistente e se você piscar perde.