terça-feira, 12 de novembro de 2013

Constatando o delírio

Acreditem ou não, inexiste uma dor em mim. Acredito na liberdade de viver com, como e aonde quer que escolha. Queria que as pessoas entendessem isso. Não sinto mal, me sinto bem ver meus amigos longe, se estão bem. Talvez eu não goste de mim. Estou em um ciclo de afastamento de mundo que talvez seja mais longo desta vez, não há desculpas, não há motivos fora minha própria vontade.
A busca por mim mesmo às vezes se torna incessante, até hoje, nunca foi cansativa. A solidão, o álcool e a visão no nada deslumbrando tudo são gasolinas que preciso incendiar para algo cujo resultado se mostra oculto.
Para que bem vem a loucura, se não é para rirmos de nós mesmos? O que escrevo agora é uma contemplação da página em branco, uma brincadeira com o lápis e uma dança de palavras que até tem sentido.  Sentindo isso constatamos o delírio, a sensação que a solidão cobre nossas cabeças é de certa forma o mais puro grito de desespero da alma, que já não tem mais o outro para se preencher. "Agora é você e você mesmo!" O que dai sair é seu!
O álcool o desnecessário necessário nos amplia, nos imunda de nossas próprias ânsias, pensamos que o bebemos, mas aos poucos é ele quem nos suga. Ficamos secos, ficamos sem energia, ficamos outros.
O olhar desatento é sina para tudo ver. Vê mais longe quem não consegue ver apenas um, acreditando que aquilo é o todo, Uma visão sem foco é mais abrangente, mais confusa e divertida.
Talvez eu tenho dado a fórmula básica da loucura, pelo menos da minha só sei que sem isto na minha vida eu deixo de ser eu. E então quem eu poderia ser? Ah antes que me esqueça. vivam sem mim, vivam comigo, vivam! Lutem, amem, sonhem, transformem, riam busquem o que querem, só não esqueçam que de longe ou perto continuarei a torcer por todos.

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