terça-feira, 20 de dezembro de 2016

AO NORMAL

Capítulo 1
9 § Não era para ser um diário isso? Acho que o cara que jogou essas primeiras frases em todos os parágrafos tem razão! Ele é tão bom que previu que o escritor fugiria de tema, foco, sentido, razão, mulheres, dinheiro, mulheres. Como vocês notaram eu deveria voltar aonde estava. Peço desculpas pelas realidades alternativas tão calorosas. Então era quinta feira de tarde, O vinho que tinha bebido fora de casa era péssimo, só para constar. O cara nem em sua casa estava, ele tinha ido ver uma exposição. Essas fugas da rotina eram em geral solitárias. Ele volta para casa e adivinhem quem o estava esperando! O artigo para ser feito. Ele lê mais uma obra e faz tantas anotações naquilo que parece um esquema de táticas de um jogo de futebol. O almoço! Ele saiu na corrida e foi no mercado afinal sexta era o dia que mais coisas ele tinha para fazer. O mundo era algo estranho, era tudo tão normal. O Sol que esquentava a camisa preta. Aquela sensação de que por nenhum motivo no mundo podia errar ao preparar a comida no dia seguinte. Aquelas inseguranças bobas que todos criamos para, de certo modo, apenas estarmos mais alerta. O meu dia segue com os estudos em várias áreas. Análise de um caso perdido (esse cara aí descrito) e a noite chega. Esta devo destacar acabou as 2 da manhã. Sabem tudo o que leram sobre sexo antes. Bom a vida tem muito sexo, muitas vezes é a vida que te propõe o coito sem seu consentimento, às vezes é só o inferno em sua cabeça que não desliga. Ainda sinto o peso da morte, alguém precisa avisar que se deixa passar o passado. Mas quando o silêncio e a escuridão chegavam eu o ouvia. Aquilo me revirava as vísceras. Não sentia a culpa de ter-lo matado, eu queria aquilo. O que não queria era ainda carregar o cadáver.

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